sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Como Guerreiro

Como guerreiro, fez-se tua morte

Como explicar minha dor sem contar?

"Antes você não tivesse ido a guerra guerrear"

"Eu não queria" - Última frase que você me disse antes de ir,

Fardado, dirigiu-se ao horizonte para depois sumir.

Acompanhei teu vulto caminhar em direção do poente,

E com dor no coração, gritei:

"Volte logo meu irmão!"

Naquela noite em que você nos deixou a beira do riacho

Um arrepio percorreu a espinha e nossas lembranças rebentaram no peito,

E lembrei de como te cuidei...

Todas as noites, naquele bosque em que crescemos, eu orei,

Para que no meio do caos de fogo, que é a guerra,

As almas se salvem, e entre elas a tua, que tudo que possui de pura,

Agora possua de esperta, para que logo retornes ao lar e me dê aquele abraço...



Na madrugada do "ocorrido", acordei assustado, e como pressentindo

( Já que sempre tivemos as almas tão ligadas )

Dor imensa invadiu o corpo, percorreu as veias e chegou a fonte d'alma,

Que afogou-me em lágrimas que desembocaram nos olhos,

Papai não entendeu-me, mas ele não sentia o vento que bateu-me forte no rosto no penhasco

Na mesma madrugada trouxe-me a comprovação da notícia que temia...

"Antes você não tivesse ido a guerra guerrear"

Devo por em palavras esse vazio, " Maldito Deus! " - Antes, era um corpo sadio

E agora não passa mais de um, que a guerra deixou a lamentar...

Pele terna e macia, que antes com graça vivia ao sabor dos ventos,

Agora também nunca mais irei ver aquele sorriso,

Pois os lábios estão sérios e fardados para sempre

Os olhos grandes e atentos, estão fechados, ainda,

Com as sobrancelhas um pouco cerradas, dando ênfase a expressão de dor que compõe uma bela face

Que agora dorme, então digo: "Dorme irmão, dorme em paz!" pois esse desgraçados há de pagar,

Pois deste solo tão boa alma tirar

Em suas cartas que me escreveras

Percebi e contigo sofri, a desgraça de uma guerra

Me contara também que não matou ninguém, que pecado

Foi como por uma criança ao meio da guerra, incapaz de fazer mal a alguém.

Ah irmão" Cade você que me deixou para nunca mais voltar?

E como numa melodia triste, relembro de nossos planos e nossas vidas,

Que sempre tão unidas agora se bifurcaram

Por causa de uma guerra estúpida, em duas:

A minha e a que você não viveu...


Uma menina que me inspira - ( 21 - 04 - 96 )

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