sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Parte I


Hoje é uma segunda-feira do dia 18 de fevereiro de 2019 e eu estou completamente quebrada por dentro.

Não sei dizer qual parte da minha história que dói mais.

Eu não sei o quão pesada são estas palavras para você.

Não sei dizer onde eu errei e nem sei mais discernir o que é certo do que é errado, o que eu poderia ter feito melhor ou o que eu não deveria ter feito, eu nem mais sei quem sou.

A primeira, de tantas dores que eu carrego, é a falta da resposta para a pergunta:

- Até quando temos que nos sacrificarmos para provar o nosso amor?

O amor, por si só, não precisa de provas. Você precisa sentir e isso deve bastar. Quem ama, não espera nada em troca. Quem ama, só ama, e ponto.

Mas aonde raios eu tenho que colocar esse ponto?

( Por favor, leia lentamente o texto abaixo e o pratique. Eu imploro. )

“O amor é paciente, o amor é bondoso.
Não inveja, não se vangloria, não se orgulha,
Não maltrata, não procura seus interesses,
Não se ira facilmente, não guarda rancor.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”


Então... Até quando o amor espera? Quanto ele suporta, há reciprocidade no amor? Até quando o amor é amor?

Porque eu conheci vários outros sentimentos nesta jornada e, muitos deles, não deveriam estar neste contexto.

Por amar demais, não restou muito do que eu acreditava ser. Em busca do “dar”, eu me transformei em neutrino.

       Neutrinos: São partículas subatômicas que chegam à terra todos os dias. Não interagem muito com outras formas de matéria. Eles chegam do espaço e costumam navegar pelo nosso planeta sem serem percebidos e, por isso, são chamados de “partículas fantasmas”. De vez em quando, um neutrino de maior energia atinge um átomo do cubo de gelo e o quebra. Há um clarão momentâneo de uma luz azul quando isso acontece.

Porque honestamente... O amor sem a reciprocidade se transformou. E não foi em flores.


O tempo engole, vorazmente, cada segundinho da minha vida.

É a “coisa” mais bipolar que eu tive o prazer e o desafeto de conhecer.
Hora amigo, hora engolindo cada resto do que eu achava ser.

Eu perdi a minha juventude, conquistei a minha maturidade, perdi momentos preciosos, que se tornaram vazios pela força da ausência. Deixei de ser quem eu era e criei um novo ser de amianto - que sucumbiu em chamas e se transformou em fênix sem asas...

Eu olho para o meu sorriso torto, minhas olheiras cansadas, minhas rugas desavergonhadas, meus fios brancos de cabelo ( que tento esconder debaixo da tinta que tenta arrancar todos eles ) e pergunto:

O QUE RAIOS RESTOU DE MIM?

O tempo tem tragado os momentos contra o vento, trazendo o alívio do inspirar, o cegar dos olhos e o ardor da fumaça.


Minha memória é universitária do tempo.

Assim como ela me faz voltar nas lembranças do passado, ela tem devorado cada pedacinho do presente que eu gostaria poder gravar.

É tão evoluído o processo que, às vezes, eu me pergunto: “Por que eu estou sentindo isso mesmo?”. 

Pouco resta de uma essência sem memória, sem tempo e sem amor

Tenho tido poucos gostos que são desgostos aos olhos de alguém.

Todo mundo julga o tempo todo: sem amor, sem empatia.

A mentira é a fuga de quem não quer ser julgado pela pequena sanidade 
que restou do seu amor próprio.

Está tudo aos avessos.

Como se juntam os pedaços?

...



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Como a terra Meu corpo é fértil  E em mim florece A vida e a abundancia  Como a água  Eu sou fluida E navego Pelo fluxo do todo Como o ar Eu...