“... E eu deixarei que sua barba encoste no meu ombro e
suba até a minha bochecha, em um inspiro doce. Permitirei que expires em meu
ouvido, em um gemido gostoso...
Deixarei que puxes os meus cabelos de forma rude e amorosa
e aceitarei que meu corpo sinta o arrepio. Eu deixarei teus lábios encontrarem os meus naquela
ardente necessidade, e eu deixarei que me xingues, se assim o desejar.
Eu deixarei você me puxar forte, junto ao seu corpo, com
desejo, com desejo e com sede.
Eu deixarei ( e tu irás ).
Eu deixarei que tires a minha roupa e sem nem perceber, eu
já estarei nua, porque meu corpo quer o seu.
Meu corpo quer o teu.
E este fogo todo que sinto por dentro, não será pecado.
Porque eu o desejei... ah, eu o desejei, anjo sorrateiro
da noite, eu deixarei que possuas o meu corpo, deixarei.
Meus gemidos são tua culpa. Apenas tua.
Porque eu não consegui dizer não aos teus poderes.
E eu não sentirei vergonha disto, nem me arrependerei, porque
meus gemidos são teus...
Meu corpo finalmente está leve, e livre, em braços,
abraços e beijos, que são teus.
E eu não estarei ali, eu estarei ali, como
se eu não estivesse, como se não houvesse realidade, como se eu partisse para
outra realidade, e sentisse o ar saindo apenas quando a minha liberdade tivesse
chegado ao fim.”
Um dia amarás alguém assim, como eu amei.
Descanse bem em tua liberdade, porque, como vampira, ei
de descansar agora nos ombros de quem viveu mais uma vida para encontrá-lo e o
perdeu.
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