sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Pois é...

26 de fevereiro de 2.021.

Eu pensei, inúmeras vezes, se deveria sentar e escrever o que sinto.

Hoje é um daqueles dias que me falta ar

Talvez sejam os hormônios falando alto e em bom tom, algo difícil de controlar

Mas eu vivi tempo suficiente para saber que nenhum sentimento deve ser desprezado

Eu nunca senti medo de escrever o que estava sentindo, até um bom amigo me dizer que eu deveria parar... Ele disse que eu não deveria colocar pra fora a minha angustia em redes sociais, que piedade dos outros não me faria melhor e que frases motivacionais servem para as pessoas notarem que eu não estou bem. 

É... são motivos bem fortes, que fizeram eu me calar.

E, eu, sendo 8 ou 80, me afastei de tudo e de todos, parei de escrever, parei de me permitir sentir, parei de fazer as coisas que gosto, eu apaguei um ano de mensagens postadas neste blog,  fui ocupando meu tempo com trabalho e tarefas do dia a dia e me pergunto hoje, se este seria mesmo o caminho certo... 

Porque eu me sinto, pedaço por pedaço do que sobrou, menosprezando o direito de viver.

Eu não sou assim. É contra a minha essência. 

Se eu calar os meus sentimentos, sobra o vazio.

E minhas palavras são o único legado para todos os que me cercam e nunca me conheceram por inteiro. 

Nem mesmo o espelho sabe quem eu sou. 

“Corações fortes não podem ser quebrados”, a frase que me motivou durante todo o tempo em que me senti só, me lembra que um coração quebrado e restaurado é o que dá forma a uma pessoa forte. 

Um coração forte é aquele todo remendado, cheio de cola e pontos, um coração que quase partiu, mas que consegue se renovar em potência máxima quando se apaixona, que consegue bater forte apesar  de todas as perdas e cicatrizes, um coração que se permite sentir, apesar de tudo

E para colar os pedaços, é necessário colocar para fora as angustias, demostrar os sentimentos, gritar, xingar, chorar, respirar fundo, olhar com compaixão para o passado, porque a ferida não sara, se você não entender o que aconteceu para poder seguir em frente. E eu quero seguir em frente.

É sempre uma canção que me motiva escrever e é a “I Remember You” do Skid Row que me acompanha hoje... 

O meu coração está partido a muito tempo. Eu tenho dificuldade em me entregar totalmente a alguém e isso aconteceu raras vezes. Para quem acredita no amor, parece irônico... E eu acredito. 

O ultimo golpe de espada me cortou ao meio. 

Até hoje estou tentando entender de que forma o amor se transformou em algo cruel, o amor foi cruel e  percebo que ainda estou em luto. 

Leio I Coríntios 13 4-7:

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não vangloria, não maltrata. Não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. “ 

Eu segui, rigorosamente, cada palavra deste texto. E acreditei na reciprocidade de ser amada também.

É difícil seguir em frente, quando atribuo toda culpa a mim e fico procurando onde foi que errei. 

Mas a verdade é que não houve reciprocidade, não houve amor correspondido.

Negação, raiva, barganha, depressão são as fases que vivo diariamente, em um looping infinito.

Negação:

“Mas ele dizia que me amava, que ia lutar por nós, que ia cuidar de mim, que estava feliz, que era para a vida toda, que era grato por ter me conhecido. “

Raiva:

“Ele me fez sofrer. Me abandonou quando eu mais precisava. Eu estava doente, como alguém abandona a pessoa amada com uma doença? Como alguém poderia ser tão cruel e chamar isso de amor e,  poucos dias depois, postar uma foto com uma outra pessoa dizendo que foi o melhor momento do ano, sendo que passamos a maior parte do ano juntos, ele foi um fdp com todas as palavras ditas extensa e pausadamente, em alto e em bom tom, com quem só desejava amá-lo.” 

Barganha:

“ E se restar algum sentimento em meio àquelas palavras, e se alguma frase daquelas foi verdadeira, e se ele vier buscar os seus presentes, e se seguir o plano que tinha, dizendo que queria morar nessa  cidade porque era algo que ele queria, não por minha causa, mas por ele, e se a gente se encontrasse por ai.. “

Depressão:

“Como eu pude entregar todo o meu amor, como eu pude me apaixonar assim? Eu tenho certeza absoluta de que era a pessoa certa. Eu respeitava o espaço, eu incentivava o seu crescimento, eu me dediquei por completo, meu plano era usar tudo o que eu tinha para fazê-lo feliz, e eu queria tanto, mas tanto, fazê-lo feliz, eu teria lutado com todas as minhas forças, eu lutaria com todas as minhas armas, para ver ele vencer, porque tudo o que eu queria era ver ele lá em cima, realizando todos os seus sonhos. O meu sonho era só esse, ver ele vencer, ficar nos bastidores e receber um pouquinho de atenção de vez em quando. O que eu faria se ele estivesse aqui? Eu desejo que a pessoa que ele encontrou sinta o amor que sinto, e que seja capaz de fazer tudo aquilo que eu queria fazer, que seja capaz de ver tudo o que eu vi, que olhe pra ele e saiba que ele precisa de alguém que diga que ele pode ir muito além, porque meu sonho, ainda é, ver ele indo muito além... “

Como sair desse ciclo vicioso e chegar logo na aceitação, se ainda sinto a esperança da volta impossível daquele sorriso maroto, a coisa mais linda que eu já vi na minha vida, que me desmontou, que se tornou o meu objetivo de vida, que era o plano, o meu plano de vida, ter aquele sorriso para olhar todos os dias até o final do meu tempo.... Como? Como se deixa de amar alguém assim? 

Como que eu posso chegar na aceitação, mesmo sabendo que a rejeição e a crueldade de um coração vingativo acabou com todos os meus sonhos de seguir adiante, como posso retirar do pedestal a pessoa que muito admirei até hoje? 

Sobre ter uma memória fraca: é absolutamente incrível a forma que eu registrei todos os nossos momentos, em anotações diárias, fotos, músicas, associações de objetos distribuídos por um lar que achei que fosse, um dia, ser nosso, coisas que escondi em cantos para achar depois e nunca me perder, nunca me esquecer, do quanto ele era importante pra mim. Como deixar de acreditar no que sinto, depois de rodopiar meu mundo, tropeçando em tudo que criei para jamais me esquecer do que senti?

O amor não é cruel. Nunca foi. Nem mesmo quando chega ao fim. 

Eu não estou bem. Nada parece bem. Desistir de um amor tão grande assim parece ser o maior erro da minha vida. 

E se isso tudo for fraqueza, se essas palavras fizerem as pessoas sentir pena, se isso demonstrar que eu não estou bem: Vualá! Eu não me importo, porque só eu sei a força que estou fazendo para me manter em pé.  

“Eu espero que ele tenha encontrado alguém que sinta tudo o que eu sinto por ele” – Não desejo nada menos.

Parece piegas, mas acredito, fielmente, que é o único caminho que me fará colar os pedaços espalhados do meu coração. 

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não vangloria, não maltrata. Não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. “ 

Se o amor que sinto não for verdadeiro, eu não sei o que é. 

O que eu vou fazer com ele? 

Pois é... 


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