Então hoje resolvi pegar essa folha em branco, completa de linhas novas, coloquei o som para tocar algo bom, desconhecido, que se chama Birdy, e sentei em um lugar em minha casa que nunca havia sentado antes – eu precisava de uma nova perspectiva.
Ainda hoje, tive que te olhar com outros olhos – olhos de curiosidade, porque depois de ter passado dias tentando entender o que aconteceu, foi isso que vi na minha frente: uma nova pessoa. Uma pessoa que eu não conheci. Um lado que não sei se já estava ali, esperando apenas por uma chance.
Um dia eu acordei e você ( o seu eu mais antigo ) já não estava mais aqui.
Foi quando eu desisti de tentar entender as frases que você vomitou, como se tivesse tomado um porre de vinho tinto, à beira de uma lareira, em um solitário dia triste..
Se não estava tentando fazer as palavras doerem em mim, eu não sei o que ouvi.
O motivo da discussão, eu já nem lembro mais, mas o motivo de tanto ódio, ainda não sei de onde veio – só tenho certeza de que não veio da mesma pessoa doce que conheci.
E penso também que não há nenhum problema em querer partir – cada um sabe o tamanho da dor que carrega
Apenas acho que a escolha da arma poderia ter sido um beijo, e não a espada ( como diria meu velho amigo Oscar Wilde sobre como a gente destrói aquilo que mais ama. ) Não faz o menor sentido partir e levar consigo o ódio.
(( Uma pausa para atender o interfone e dar um breve suspiro, que eu preferia dar olhando em seus olhos.. ))
Ainda continuo sem entender...
Desta vez, sei que o tempo não irá eliminar a interrogação – ele colocará um ponto final – porque já vivi tempo suficiente pra reconhecer...
Fica apenas a dúvida:
Se o seu coração estivesse preenchido com amor, você conseguiria dizer aquelas palavras? Você entregaria as chaves, você conseguiria desistir?
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